Derrubando Obstáculos da Imaturidade

Um dos temas que mais tem aquecido o meu coração diz respeito à maturidade espiritual. Diante das diversas propostas oferecidas pelo nosso eclético meio evangélico, paro para meditar em uma questão: qual tem sido o investimento no crescimento espiritual de nosso povo?

Nossas igrejas têm se enchido de multidões. Nada contra o crescimento da igreja. Se pensássemos o contrário teríamos de abolir o evangelismo do nosso meio. O crescimento numérico também vem de Deus.

Porém, não podemos esquecer do que disse o apóstolo Paulo: "Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus" (1 Co 3:6). Deus é fator base no nosso crescimento, mas a igreja tem a responsabilidade de plantar e regar. Isto fala de ensinar com consistência, equilíbrio e conteúdo a Palavra de Deus, para que o povo do Senhor chegue à maturidade. Sem maturidade não há discernimento. Sem maturidade, tudo será infantil. Sem maturidade, apenas engatinhamos.

Será que é mais fácil entreter o povo com eventos apelativos e campanhas intermináveis, do que investir em ensinar o povo a andar com as próprias pernas quando ele está ausente do templo, vivendo a vida diária? Igreja não pode ser "muleta" de crentes, mas precisa ser uma universidade espiritual, ajudando e equipando pessoas a viver em santidade, alegria, fé, amor e excelência diante de Deus e dos homens. A igreja precisa ser um pronto-socorro para os feridos e machucados pela vida e pelo mundo, mas precisa ser, também, uma fazedora de discípulos. Se não cumprirmos a Grande Comissão de "ir e fazer discípulos", estaremos cúmplices da "grande omissão".

As pessoas estão sendo fartamente ensinadas a "determinar", "tomar posse", "conquistar promessas", "amarrar" e a acreditar em "superstições evangélicas", mas pouco orientadas a obedecer; em ser um operoso praticante da Palavra; a andar em sabedoria, etc. Aí, acabamos esbarrando em crentes que têm muitas dúvidas sobre assuntos básicos, como a respeito do Espírito Santo, da santificação, do Reino de Deus e de como crescer espiritual, ética e moralmente.

Quais têm sido os obstáculos que nós mesmos estamos criando e prejudicando, assim, a maturidade do povo de Deus? Temos sido, nós líderes, maduros o suficiente para enxergar isso? Temos pregado apenas o que o povo quer ouvir ou o que Deus quer falar? Temos encarado a multidão como aval do nosso sucesso ou como responsabilidade do nosso chamado? Cada um de nós, como crentes em Cristo, temos também buscado crescer em maturidade ou simplesmente nos acostumamos à uma vida religiosa? É tempo de removermos estes e outros obstáculos!

Quando deixamos de plantar e regar, acabamos por ter, à nossa frente, pessoas ressequidas e imaturas e que só farão aumentar, dia a dia, o número de crentes descomprometidos e acomodados.

Qual é o futuro que todos nós, pastores e ovelhas, queremos para a igreja do Senhor Jesus?

Deus te abençoe!

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